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quinta-feira, 18 de agosto de 2011
Produto do Sistema.
"ser de esquerda hoje é preferir a desordem à injustiça"
(Bernard Henry-Lévi, filósofo francês)
Começo este post com uma citação que descreve exatamente a revolução silenciosa ( as vezes nem tanto) que esta acontecendo em nossa sociedade. Já me considerei um cara de esquerda, hoje em dia nenhuma linha filosófica, politicamente falando consegue expressar ou mitigar meus anseios como "ser político", afinal querendo ou não, todos fazemos política. O assassinato da juíza Patricia Acioli no Rio de Janeiro, expõe drasticamente o tipo de sociedade que esta se formando no Brasil. Os valores estão totalmente invertidos, não quero ser repetitivo, muito menos usar clichês, é que a verdade bate a porta, e não tem como deixarmos de abrir para que ela entre e nos olhe nos olhos. A juíza foi morta segundo as primeiras analises por que exercia o seu trabalho com esmero, quer dizer, fazia com que a lei fosse cumprida. O que cria no consciente coletivo a ideia de que por aqui, quem tenta fazer as coisas de maneira correta morre, ou no mínimo é posto a margem do sistema. Que fique bem claro, que ate o momento ninguém pode afirmar que ela foi executada pelo crime organizado, seja ele publico ou privado. Por enquanto são apenas suspeitas. Sabemos, que no Rio e em todo o resto do pais, o crime domina em todas as esferas, basta dar uma olhada no noticiário, todos os dias estouram denuncias de corrupção em todas as esferas de governo, nas policias, e nos bairros. Quando um político é acusado de corrupção e nada acontece a ele, no máximo uma demissão, ele da um aviso para toda a sociedade que se você tiver poder, nada lhe acontecera. O bandido lá da favela ou do asfalto ouve essa mensagem, ele quer ter poder, e o poder dele sera conquistado na base da violência, afinal, ele não pode pagar os altos honorários dos grandes escritórios de advocacia com o "Senhor Ministro", então ele resolve na bala. Seja matando um juiz, um policial, ou qualquer pessoa que entre no seu caminho na busca pelo poder.
Hoje, os heróis dos meninos da periferia são os caras do PCC, (não estou fazendo apologia). Esses caras tem dinheiro, tem poder, e podem dar uma relativa proteção. O Estado, da maneira que tem sido administrado, não conhece a base da pirâmide. Quando a coisa aperta, o Estado invade e manda matar. O juiz carioca João Batista Damasceno sintetiza bem o problema de o Estado" tentar resolver a violência com violência: " O perigo de se criar cachorros bravos e deixá-los soltos para atacar os indesejáveis aos seus donos é que depois não mais distinguem a quem estão autorizados a morder."
O modelo de sociedade que esta em curso não só aqui no Brasil mas em quase todo o mundo tem um efeito colateral terrível, a informação chega muito rápido, e as vezes distorcida. Basta analisar o ciclo pernicioso que a vida se tornou, para notar que os excluídos se rebelam de alguma maneira. Não adianta achar que o cara que foi maltratado o tempo todo pela vida ira retribuir com flores.
Claro que existem casos de pessoas com poucas oportunidades que acabaram dando certo, mas na maioria, quem recebe chutes esta devolvendo tiros. A publicidade esta cada vez mais especializada em vender, a industria em criar, e as pessoas cheias de desejos e necessidades. Se o "tiozinho" lá do congresso pode roubar milhões e não ser preso, por que o "moleque" que rouba ou trafica pra ter alguns desejos realizados não pode?
Ou os formadores de opinião, aqueles que tem os microfones fazem alguma coisa, ou os bandidos farão. Eles estão cheios de boas intenções, se forem para o inferno, nem ligam, a vida deles por aqui já se parece um...
Luciano Nunes Assunção
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Realmente está cada vez mais diofícil engolir tudo que vem aconteendo neste país, sei que lá fora tbem tem todos estes problemas e outros até piores, mas temos que nos preocupar com o que acontece aqui e nos afeta tão diretamente.Também ja fui de esquerda, participei de movimentos estudantis, etc....sou muito otimista, mas também inconformada com muitas coisas que vejo e gostaria de mudar, mas sou obrigada a confessar que tenho me sentido muito desiludida, parece que somos um número cada vez menor de pessoas que se importam de fato. Contudo, acredito no poder da mudança e principalmente na égregora que se forma quando algumas pessoas começam a ter o mesmo tipo de pensamento, isto é contagiante e vai alcançando outros, não podemos perder a esperança e temos de usar SIM, todos os meios a nossa disposição para falar, exigir, cobrar mudanças e postura dos nossos governantes.Este é o grande exercício da cidadania.
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