Deserto |
Sou um leitor contumaz, que fique bem claro! Adoro as facilidades proporcionadas pela tecnologia, pois hoje com apenas um "click" podemos saborear textos maravilhosos escritos por famosos e anônimos. Temos também os "E-Books" disponíveis para serem baixados, sites de revistas e jornais, toda essa gama de informação e entretenimento, e mesmo assim as pessoas estão vazias de relacionamentos reais, de vida real, de sonhos.
As pessoas estão buscando mostrar nas redes sociais algo me mereça um "RT", um "LiKe" e com isso esquecendo sua essência e a essência do outro. Esquecem que atrás da foto do perfil existe um ser humano, é a cultura da aceitação. A jornalista Elaine Tavares diz: "É a triste solidão de estar vazio, de não ter mais sonhos, projetos, essas molas que nos tocam para frente, a utopia. A certeza aparentemente absurda de se olhar um campo vazio e saber que ali nascerão flores." Ela está cheia de razão.
Vejo pessoas consideradas "super-stars" das redes sociais que não tem absolutamente nada a dizer, são seguidos apenas pela fama que construíram em outras atividades. Não tenho nada contra quem segue seus ídolos nas redes, é um direito que a liberdade de escolha lhe garante. Mas, será que perder o bem mais precioso da sua vida, que é o tempo, para acompanhar o que diz uma pessoa que não tem interesse nenhum em você, que não quer que se desenvolva um pensamento crítico e analítico, para aí sim se ter o verdadeiro poder da escolha, aquele que é exercido com sabedoria e conhecimento. Entrei nesse assunto apenas para ter um ponto de partida para falar de um outro que influencia diretamente nossas vidas: a escolha dos nossos representantes. Vejo nossa sociedade tão desprovida de sonhos e objetivos "em comum" nos últimos tempos; como se pensássemos, a qualquer momento acontecerá um milagre e num átimo de segundo o mundo de transformará em um lugar melhor pra de viver; ledo engano. Só quem pode melhorar nosso planeta somos nós, ele é responsabilidade nossa. Quando vejo políticos corruptos renunciando para não serem cassados e sendo eleitos nas próximas eleições, só posso imaginar uma coisa, a super-exposição, seja ela para o bem ou para o mal, e para essa gente uma maneira de ficar conhecido de graça, e isso vale também para os campeões das redes sociais, os participantes de reality shows e todos aqueles que buscam a fama pela fama, o lucro pelo lucro. Quando uma empresa patrocina uma instituição administrada de forma obscura, a empresa está buscando aparecer de qualquer maneira, está querendo o lucro pelo lucro. Cadê a responsabilidade social de que tanto se fala? As pessoas acreditam que só grandes atos podem gerar transformação, porém, a verdadeira mudança só pode acontecer com a soma de pequenas atitudes, só assim teremos enraizado o espírito participativo.
Para finalizar deixo este texto para reflexão:
O Analfabeto Político
O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.
Bertolt Brecht
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